Conteúdo feito por Guilherme Dias Araujo
Toy Story - Um Mundo de Aventuras
(Toy Story, 1995) de John Lasseter
O primeiro filme da Pixar continua emblemático e DIVERTIDO mesmo após quase 20 anos de seu lançamento. Não somente porque foi uma revolução em relação à animação e efeitos visuais, mas também porque tem uma narrativa charmosa e personagens carismáticos que nos remetem diretamente à nossa infância. Não é à toa que é uma das únicas animações presentes na lista de melhores filmes de todos os tempos da AFI.
Lasseter já começa bem ao iniciar o filme com uma brincadeira de criança que nos encanta por toda
sua imaginação e criatividade: e isso nos transportar imediatamente para o
universo do filme, um universo onde os brinquedos têm personalidade e
sentimentos reais e que se devotam, completamente ao seu dono, já que seu maior
prazer é servir para as brincadeiras dono...e essa premissa simples é tão
inspirada e realizada de modo tão inteligente que é impossível não se sentir
contagiado por sua ternura.
Lasseter é tão inteligente ao mostrar a dinâmica dos brinquedos, que utiliza a lógica de sentimentos humanos para permear aquele universo, vide a preocupação dos brinquedos com a chegada do aniversário de Andy, ou Natal, por saberem que ele, possivelmente, ganhará brinquedos novos, e melhores; a inveja do ex-brinquedo favorito com a chegada de um brinquedo melhor; e, principalmente, as missões realizadas pelos brinquedos com utilização da praticidade de cada um – e Lasseter esbalda criatividade aqui, já que usa bonecos soldados, walk-talkies, macacos-de-barril, carrinhos de controle remoto...enfim, vários utilitários diferentes para emular missões e ações humanos – e tudo é feito com uma inocência tão grande que remete àquilo que começamos vendo...uma brincadeira de criança.
Lasseter é tão inteligente ao mostrar a dinâmica dos brinquedos, que utiliza a lógica de sentimentos humanos para permear aquele universo, vide a preocupação dos brinquedos com a chegada do aniversário de Andy, ou Natal, por saberem que ele, possivelmente, ganhará brinquedos novos, e melhores; a inveja do ex-brinquedo favorito com a chegada de um brinquedo melhor; e, principalmente, as missões realizadas pelos brinquedos com utilização da praticidade de cada um – e Lasseter esbalda criatividade aqui, já que usa bonecos soldados, walk-talkies, macacos-de-barril, carrinhos de controle remoto...enfim, vários utilitários diferentes para emular missões e ações humanos – e tudo é feito com uma inocência tão grande que remete àquilo que começamos vendo...uma brincadeira de criança.
Mas se o
filme enche os olhos com as cores vibrantes e a interminável galeria de
brinquedos hilários e divertidos (a trupe de brinquedos quebrados e remendados
de Cid é INCRÍVEL no seu caráter imaginativo e prático, com detalhes que
merecem aplausos), os protagonistas do filme: Woody e Buzz são MUITO bem
desenvolvidos. Woody tem uma transição de personalidade muito digna, somos,
desde o começo, alertas de sua preocupação com seus outros amigos brinquedos e
entendemos o porquê de ele se sentir tão chateado quando Buzz chega, e após
fazer um ato de maldade, acreditamos no seu arrependimento porque é palpável
seu amor por Andy e sua vontade de voltar pra casa e...BRINCAR com ele. Já Buzz
é MUITO ENGRAÇADO com sua crença de que é um verdadeiro guerreiro interestelar,
e suas falas como se o quarto de Andy fosse outro planeta são hilárias. Mas o
desenvolvimento de Buzz também é feito com sensibilidade e humor quando ele
confronta a verdade e cai em crise existencial.
Lasseter
ainda emociona ao mostrar os sentimentos puros dos brinquedos por seus
companheiros e, principalmente, quando mostra um grupo de brinquedos quebrados
que ajudam uns aos outros a se montarem novamente ou conseguindo novas peças –
Lasseter nos consegue nos convencer de que, se os brinquedos nos servem para
alegrar e divertir, porque não tratá-los com o devido respeito já que existem
outras pessoas que não os possuem?
Além
disso, Lasseter consegue criar cenas de ação muito excitantes na sua urgência e
um clímax que leva a marca “James Cameron” ao criar cada vez mais situações
difíceis que impedem os protagonistas de chegar ao seu destino.
Um filme
adorável que iniciou uma trilogia com filmes cada vez mais emocionantes,
divertidos e profundos.
Clássico
de toda uma geração!
Informações:http://www.imdb.com/title/tt0114709/
Nota IMDB: 8.3
Toy Story 2 (Toy Story 2, 1999) de
John Lasseter
Essa
segunda aventura de Woody e Buzz é tudo isso e MUITO mais. Lasseter retorna a
dinâmica dos brinquedos do filme anterior com segurança e ainda mais energia
com um início que emula a brincadeira inocente do primeiro filme com o
acréscimo da tecnologia dos novos tempos – além de ser inteligente ao atualizar
o convívio daqueles personagens coerentemente com a conclusão do primeiro
filme. Mas, além disso, Lasseter retorna às emoções e sentimentos humanos dos
brinquedos do primeiro filme e vira de cabeça para baixo as nossas expectativas:
Woody é obrigado a confrontar um sucesso que não sabia existir, Buzz deve lidar
com a versão “paranóica” dele mesmo, e novos, e adoráveis, brinquedos são
introduzidos, como a espirituosa e empolgada vaqueira Jessie e o ingênuo e
carinhoso cavalo Bala-no-Alvo.
Mas
Lasseter também não se esquece dos coadjuvantes do primeiro filme e os fornece
mais tempo, e piadas, na tela – a trupe formada por Slinky, Sr. Cabeça de Batata,
Rex e Porquinho é impagável!
E se
Lasseter imprimi ainda mais emoção e cenas de aventura e ação nesse filme –
como a sequência final cheia de novos perigos que nos deixa MUITO agoniado, e
toda a busca dos brinquedos do Andy por Woody (incluindo a empolgante e hilária
travessa à rua), principalmente pelo uso CRIATIVO dos movimentos de câmera e
edição com ótimo timming para imprimir urgência e humor ao mesmo tempo.
Lasseter merece ainda mais aplausos por inclui camadas profundas e complexas ao
filme, numa ambição narrativa ainda MAIOR que no primeiro filme: como
preconceito, rejeição, decepção das pessoas que amamos, força de vontade para
continuar a lutar. É impressionante a carga emocional que os adultos, e também
crianças, confrontam em “Toy Story 2”, sendo que NADA disso é feito de forma
maniqueísta e são extremamente orgânicos e decisivos para a narrativa do filme
– até mesmo o uso de canções é feito de modo inteligente e contribuinte para a
história (como a DEVASTADORA canção de Jessie sobre sua dona).
Como já
era de se esperar da Pixar, a técnica de animação e o nível de detalhes aqui é IMPRESSIONANTE
– principalmente as texturas dos brinquedos, as características e expressões de
cada personagem e os DESLUMBRANTES cenários – as esteiras de malas do aeroporto
ao fim do filme é GENIAL e rivaliza com as esteiras de portas de “Monstros S.A.”.
E tudo ainda é respeitoso com os traços e formas que já havíamos visto, e
firmados, no primeiro filme.
Despontando
com um dos MELHORES e mais adultos filmes da Pixar, não é a toa que “Toy Story
2” venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia do ano de 1999, é
realmente um filme digno de ser lembrado e celebrado com carinho por respeitar
a inteligência e emoções de adultos e crianças – assim como TODA a trilogia.
Informações:http://www.imdb.com/title/tt0120363/
Nota IMDB: 8.0
Toy Story 3 (Toy Story 3, 2010) de Lee Unkrich
É difícil falar de um filme tão MAGNÍFICO quanto a última aventura da trilogia de nossos amigos Woody, Buzz e sua turma. Além de Michael Arndt escrever o filme mais EMOCIONANTE, EXCITANTE, ENGRAÇADO, INTELIGENTE e SENSÍVEL da trilogia, “Toy Story 3” é ainda um dos melhores filmes da Pixar e um dos melhores e mais contundentes filmes do cinema atual – e isso é FATO!
Trazendo
de volta toda a inteligência e criatividade que fez os dois primeiros filmes
tão marcantes, Unkrich e Arndt impõem ao filme um ritmo excitante e dinâmico
desde o primeiro segundo de projeção, e dentre várias cenas de ação e aventuras
que se revelam AS MELHORES DA FRANQUIA, os dois ainda dão espaço para
aprofundarem as emoções de seus queridos personagens. Aliás, o filme revela uma
coerência narrativa tocante com os outros filmes – demonstrando o crescimento
de Andy, a devoção honesta e sensível dos brinquedos ao seu carinhoso dono e a
amizade PROFUNDA entre todos os brinquedos – e tudo isso já estava se
desenvolvendo com cuidado desde o primeiro filme.
Unkrich
revela ter uma imaginação ILIMITADA ao dirigir o filme com câmera e edição
frenéticas e urgentes que nunca tiram nossa atenção do filme e SEMPRE
aproveitam as gags humorísticas – o Buzz latino, os brinquedos simpáticos de
Bonnie e o Ken são IMPAGÁVEIS e responsáveis por MUITAS gargalhadas. Além de
humor INTELIGENTE e PURO, Unkrich ainda tem muita habilidade para dirigir cenas
de ação TENSAS e INEBRIANTES – a introdução do filme é de um tom de
grandiosidade divertida TREMENDA (além de criar um link elegante com o início
do primeiro filme e ser uma homenagem LINDA ao imaginário infantil). O exemplo
maior da capacidade imaginativa de Unkrich e Arndt é o intricado e
DIVERTIDÍSSIMO plano de fuga dos brinquedos no terceiro ato. Mas Unkrich não só
emprega intensidade aventuresca ao filme, como também um tom sentimental que
vai fundo na alma.
Aliás,
sentimento, é a palavra chave aqui, Arndt (que também escreveu o excelente
roteiro de "Pequena Miss Sunshine") escreveu momentos e situações de
emoção que se beneficiam de nossa simpatia pelos adoráveis personagens sem
serem maniqueístas – os planos para chamarem a atenção do Andy adulto são de
partir o coração; a possibilidade da separação daquela “família” é uma
realidade que nem nós queremos enfrentar, pois a interação entre eles é tão afetiva
e verdadeira que é impossível que fiquemos indiferentes; e a imagem daquelas
pequenas criaturas darem as mãos ao confrontarem um abrupto e triste fim é a
imagem MAIS IMPACTANTE e ABSURDAMENTE EMOTIVA que a Pixar já criou.
Continuando
e seu preciosismo, a Pixar mais uma vez nos esbalda com uma animação PERFEITA
em todos os aspectos: desde a calorosa e colorida fotografia que dá o tom para
cada situação (incluindo uma creche linda e alegre de dia, e ASSUSTADORA e
sombria à noite), os movimentos fluidos e as texturas dos bonecos (de acordo
com as características de cada um), a infinidade de brinquedos diferentes que
conhecemos (os quartos de Sunnyside são imagens inundantes em toda seu mosaico
de coloridos e ativos brinquedos) e a expressividade sem limites de cada um
(que os tornam caros e humanos para nós).
A verdade
é que, desde o início do filme, sentimos uma atmosfera de nostalgia contagiante
por vermos aqueles personagens mais uma vez, e isso é a prova maior de que os
realizadores conseguiram criar os personagens com tanto cuidado e carinho
durante três filmes que os tornaram inesquecíveis para os espectadores. E como
estamos diante de uma conclusão de uma saga, tudo se torna ainda mais especial
e sincero.
Trazendo ainda leituras extremamente adultas e complexas – como a estranheza de estar crescendo e dar adeus às coisas que mais amamos e rumarmos para um futuro mais preocupante; além de temermos enfrentar a realidade de nunca mais vermos pessoas que amamos, e o encontro de nossas vocações, além de frustração quando não as realizamos – “Toy Story 3” é mais uma prova de que animações são tão, ou mais, importantes e inteligentes que filmes live action... basta ter inspiração e ideias tridimensionais para um roteiro sagaz, uma direção emotiva e segura e, de quebra, personagens complexos, sinceros e “humanos” como os que vemos aqui.
A trilogia “Toy Story” já se tornou clássica e merece estar entre as melhores de todos os tempos!
Informações:http://www.imdb.com/title/tt0435761/
Nota IMDB: 8.5
Leu? Tem algo a acrescentar? comente!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário